Em virtude de amanhã ser já 2009, quinta-feira, faço hoje menção à publicação desta semana.
Desejo a toda a Família do CDR e desportistas em geral um Grande Ano.
Declarações como «tivemos pouco tempo para recuperar», «houve jogo a meio da semana e a equipa acusou o esforço» e «a época foi longa e cansativa e nesta fase paga-se a factura» são mais que usuais. Não existe treinador nenhum que diga que a recuperação não é fundamental a dois níveis: fadiga física e fadiga mental-emocional. Porem, o discurso não é percurso, dizer não é fazer.
Façam esta pequena reflexão, com que o inevitável Mourinho considera:
“Em Portugal joga-se à Quarta-Feira e pede-se para o jogo do campeonato passe para a Segunda-Feira. Mas treina-se Quinta, Sexta, Sábado e Domingo. É um absurdo”
“Em Portugal treina-se de mais quando se perde. Os treinadores, talvez pela influência dos conceitos relativos à quantidade – que para muitos o mais importante – e por receio de serem criticados pela pouca quantidade de trabalho, estragam o processo todo”
Rui Faria acrescenta:
“Quando falamos em intensidade falamos de intensidade de concentração, porque jogar é fundamentalmente, pensar, e pensar exige concentração. E, se falamos de um jogo de qualidade, falamos tendo em conta um referencial colectivo – determinados princípios de jogo – e isso exige mais concentração. Não é, por isso, de estranhar que a fadiga táctica surja antes da fadiga física.”
Já Mourinho:
“A concentração dos jogadores pode e deve ser treinada. Como? Construindo exercícios que exijam essa concentração. Exercícios em que os jogadores sejam obrigados a pensar, a comunicar entre si. Por isso, os exercícios não podem ser demasiado fáceis e, quando os jogadores já conseguem resolver os problemas, tenho que ir à procura de novos exercícios.”
Para terminar:
“Os meus treinos não são treinos demorados. Nunca duram mais de hora e meia. Porque? Porque para os jogadores cumprirem os objectivos dos exercícios tem de estar concentrados. E a experiência diz-me que treinar mais do que isso leva a perda de qualidade, por perdas de concentração.”